A importância de falar do passado: Católica inaugura exposição sobre Carlos de Habsburgo

“A memória é, muitas vezes, um lugar de disputa, mas uma iniciativa como esta exposição dá-nos a entender que, se partilharmos a memória, se falarmos do passado, estamos mais bem preparados para o presente”. As palavras são de Peter Hanenberg, Vice-Reitor da Universidade Católica Portuguesa (UCP), na inauguração da exposição sobre o Beato Carlos de Habsburgo.

Patente até ao dia 30 de abril na Biblioteca Universitária João Paulo II, na Sede da UCP em Lisboa, a exposição “Vida e Memória de Carlos de Habsburgo” foi inaugurada com uma palestra de José Miguel Sardica, docente da Faculdade de Ciências Humanas.

“Porque é que é importante conhecer o Beato Carlos de Habsburgo nos dias de hoje?”, começou por perguntar o historiador. Resumindo a vida do último Imperador da Hungria, destacou os aspetos que mantêm esta figura atual e as suas características exemplares.

“A História é unânime no reconhecimento da sua simplicidade, humanidade, e devoção”, explicou, acrescentando que “a sua figura e a sua história são cada vez mais relevantes, porque, pela primeira vez em 70 anos, o continente europeu está em guerra, como no tempo do Imperador Carlos”.

Beato por decisão do Papa João Paulo II, “foi o primeiro chefe de estado da contemporaneidade a ser elevado aos altares e o único Habsburgo em toda a história de 650 anos da família a merecer a honra da beatificação”, pela sua vida exemplar.

Para José Miguel Sardica, “o Beato Carlos de Habsburgo mostra-nos que a exemplaridade e a aproximação à santidade são possíveis entre leigos”, referindo que: “hoje, os nossos heróis estão cheios de nada, e o Imperador Carlos não era um nada, era um tudo absoluto, naquela busca da paz”.

Também presente neste evento, o Embaixador da Hungria, Miklós Halmai, reforçou que “em Carlos podemos honrar uma grande personalidade a nível europeu. Ele governou em tempos de guerra, mas era um imperador de paz”.

O Diretor do Instituto Superior de Direito Canónico, Pe. João Vergamota, um dos responsáveis pela organização da iniciativa, lembrou que Carlos de Habsburgo foi o único chefe de estado a responder, positivamente, ao apelo do Papa Bento XV para se alcançar a paz durante a Primeira Guerra Mundial. “O Beato Carlos é um símbolo eloquente de um governante que abre o coração àquilo que são as propostas da Igreja para o bem de todos”, concluiu.

A exposição vai ficar patente até ao dia 30 de abril, marcando o encerramento do ano em que se comemorou o centenário da morte do Imperador Carlos, a 1 de abril de 1922. O projeto já teve uma edição análoga no campus do Porto e chega agora à Sede da UCP.