E se a doença do sono chegar à Europa? Esta cientista estuda o parasita para o combater melhor... enquanto há tempo
A primeira pergunta — óbvia, mas necessária — era, na verdade, um pedido: “Apresente-nos o tripanosoma africano”. Sara Silva Pereira pede um bocadinho, levanta-se e vai buscar um. Não verdadeiro, claro, mas um modelo. Ao vermos o peluche arroxeado é possível perceber duas coisas: tem um corpo em formato de tubo, longo e delgado, e uma espécie de cauda. “O tripanosoma é um parasita extracelular, ou seja, que não entra nas células, e tem esta espécie de cauda que se chama flagelo, que lhe permite movimentar-se”, explica a cientista enquanto faz deslizar o boneco de um lado para o outro. “Há muitos organismos que têm um flagelo, incluindo algumas bactérias, mas no tripanosoma há uma diferença: em vez de andar com esta espécie de cauda para trás, anda para a frente.”
Há vários tipos de tripanosomas. No laboratório Interações Parasita-Vasculatura, no Centro de Investigação Biomédica da Faculdade de Medicina da Universidade Católica Portuguesa, a investigadora estuda um tipo em particular: o tripanosoma africano, transmitido pela famosa mosca tsé-tsé, que causa tripanossomíase africana humana e tripanossomíase africana animal — mas habitualmente conhecemo-la como doença do sono.
Artigo completo disponível no Observador.
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