Registo das Horas Perdidas: A Arte que Transcende o Tempo e a Saúde Mental
"REGISTO DAS HORAS PERDIDAS | Uma Proto-Coleção" é a nova exposição da Galeria Fundação Amélia de Mello, inaugurada no dia 5 de fevereiro, na sede da Universidade Católica Portuguesa.
Com curadoria de Sandro Resende e Clara Forte, a mostra apresenta uma investigação em curso pela P28 - Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico, que explora a temática da perda do tempo e do registo das horas perdidas através da obra de Manuel dos Anjos Mendes.
"A arte não é apenas central na nossa atividade de produção de conhecimento, mas também desempenha um papel estratégico importante no impacto para o crescimento da sociedade", destaca Isabel Capeloa Gil, Reitora da Universidade Católica Portuguesa, na sessão de inauguração da exposição. A Reitora agradeceu ainda a todos os envolvidos na realização da exposição: "Quero agradecer a possibilidade de fazermos esta exposição em conjunto, e quero agradecer também aos meus colegas Paulo Pinto, Diretor da Galeria, e Rita Paiva e Pona, que criaram as condições necessárias para estabelecermos esta parceria."
Embora os trabalhos expostos tenham sido criados de forma cronológica, a exposição não segue uma sequência definida, pois essa permanece desconhecida. Este aspeto reflete a passagem do tempo, conforme explica a curadora Clara Forte: “Foram criados entre 2016 e 2017. Não estão assinados porque nunca foram pensados como uma obra. Cada um foi criado, no espaço mais ou menos de um mês, desenhando todos os dias, registando todos os dias equações, fórmulas, anotações, apontamentos”.
Para Sandro Resende, a exposição representa o culminar de um longo percurso de pesquisa: "Eu tenho 25 anos de Hospital Júlio de Matos, e nestes 25 anos fiz várias pesquisas, em vários hospitais, em vários sítios, onde fui adquirindo e guardando trabalhos de pessoas que eu achava que eram importantes. O que vamos ver é uma primeira etapa, que a Clara com a sua investigação tem feito ao longo deste tempo."
Paulo Campos Pinto, Diretor da Galeria, reforçou o alinhamento da exposição com a missão e programação do espaço, salientando que "é com grande prazer que acolhemos esta exposição individual, em plena consonância com a programação da galeria." Destacou ainda o impacto social do projeto, citando as palavras da P28: "Dar visibilidade aos artistas, especialmente aos que enfrentam desafios, e ajudá-los a transpor barreiras. Neste caso, os muros do hospital psiquiátrico."
A exposição insere-se, assim, num esforço contínuo de promoção da arte e da saúde mental. Rita Paiva e Pona, Assessora da Reitoria e Coordenadora do Gabinete de Responsabilidade Social da UCP, sublinhou que "esta exposição vem de facto de uma linha de investimento que a universidade tem feito nesta área da saúde mental. Uma proposta de termos uma comunidade para quem a saúde mental é o significado de bem-estar"
"REGISTO DAS HORAS PERDIDAS | Uma Proto-Coleção" estará patente na Galeria Fundação Amélia de Mello e poderá ser visitada até maio de 2025.
Categorias: Cultura@Católica Exposições
Sex, 07/02/2025