Metade dos jovens portugueses são católicos, revela estudo da Universidade Católica Portuguesa

Cerca de metade dos jovens portugueses (49%) entre os 14 e os 30 anos de idade são católicos. A conclusão é do estudo “Jovens, Fé e Futuro”, realizado pelo Centro de Estudos dos Povos e Culturas de Expressão Portuguesa (CEPCEP), da Universidade Católica Portuguesa (UCP), apresentado dia 6 de junho.

De acordo com o estudo, desenvolvido para a Conferência Episcopal Portuguesa, 56% dos jovens assumem que são crentes, sendo que um terço dos jovens que se afirmam religiosos também são praticantes: rezam regularmente, participam em celebrações religiosas ou estão integrados em grupos na sua comunidade religiosa.

Os restantes, apesar de crentes, dizem que não são praticantes, sobretudo, por falta de tempo, mas também, segundo admitem, falta empenho, ou ainda porque não concordam com algumas das normas da prática religiosa.

A guerra é a principal preocupação dos jovens a respeito do futuro, com 63% dos inquiridos a colocar nesse problema o “principal desafio do futuro”, seguindo-se as alterações climáticas (55%) e a equidade e discriminação (54%). 

Na sessão de apresentação do estudo, Patrícia Dias, que coordenou este inquérito, confessou ter ficado “surpreendida” com alguns resultados, pois esperava “um maior contraste” entre o que indicam os jovens católicos e os não católicos.

“Surpreendeu-me a uniformidade das respostas. As diferenças entre católicos e não católicos não são muito acentuadas”, afirmou, lembrando, no entanto, que “os jovens crentes, sobretudo os católicos, valorizam mais a ideia de virem a ter uma família e filhos, quando questionados sobre o futuro”.

Comum a todos é a importância de terem um trabalho estável que os faça felizes.

O inquérito foi realizado junto de 2480 jovens, entre os 14 e 30 anos, através de um questionário on-line, enviado nomeadamente a alunos de escolas e universidades, e também através de abordagens presenciais para a recolha de dados.

Fernando Ilharco, que integra a equipa do CEPCEP que desenvolveu este trabalho, afirmou que a amostra é “relevante” e permite “tirar algumas conclusões para reflexão pertinentes”, mesmo não obedecendo a “critérios técnicos”.